sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Requalificação- E se o teu nome estivesse numa destas listas?


O ISS publicou, ilegalmente, esta lista de pessoal de Castelo Branco a "requalificar", consultável aqui, envolvendo 139 docentes, integrada num processo de requalificação de cerca de 700 trabalhadores.

Recorde-se que estes colegas passarão a sofrer um corte de 40% do ordenado, já, e, passado mais um ano, a continuar neste regime, um corte de 60%.

Repare-se no "pormenor" da importância da avaliação de desempenho/avaliação curricular, na ordenação dos candidatos. Julgo ser lógico pressupor que a perceção da avaliação de desempenho como elemento  crucial na decisão do futuro dos elegíveis para esta ceia com o diabo se pode tornar mais um motivo para regressarmos ao passado marialurdesrodrigueano, no qual um grande nº de professores se deixou ir na senda competitiva almejando o ouro das cotas de Muito Bom e Excelente. Ainda hoje se nota este efeito nas escolas, evidenciado no excesso de zelo de muitos relativamente à hiperburocracia ou à aceitação de cargas de trabalho excessivas, que, noutros tempos de maior racionalidade, nem sequer chegariam a ser ofertadas, quanto mais aceites.

Por outro lado, passamos a entender a importância de sistemas de avaliação de desempenho mal desenhados e injustos, quando vemos que se tornam uma forma de operacionalizar processos de quase despedimento de funcionários, dando-lhes um ar de legitimidade acrescida, sem a mínima preocupação de reajustar aquilo que eventualmente estivesse mal, e que agora cai em cima de muita gente na forma de injustiças. Como engolir, por exemplo, a nota do colega x, cujas grandes virtudes assentaram, acima de tudo, na filiação partidária ou na incomensurável capacidade de bajulação? Deveremos resignar-nos à ideia de que a avaliação deverá ser sempre injusta?

Não é preciso ser futurologista para perceber que este será o destino de muita gente, se este governo continuar no poleiro a  servir os interesses dos empresários amigos, aos quais já está prometido a privatização do sistema de ensino e as rendas que significam. porque no fundo é isso que qualquer empresa almeja: transferências financeiras certas, fixas, a gerir à vontade.

Fica no video que se segue, pelo menos, a memória da resistência:








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